segunda-feira, janeiro 31, 2011

Do Fundo do Baú


Mais um carnaval !

Para os foliões, na expectativa de mais um carnaval, homenageio o meu querido Ovídio e seus expressivos passos de frevo, no Siri Mole, bloco já tradicional da Praia do Francês. Esta foto data de fevereiro de 2007. Eu já vinha rodando por várias outras folias, desde o começo da tarde, já estava cansado e meu flash não tinha mais bateria. O que gosto nessa foto é a textura enriquecida pelas cores intensas e superfícies com traços que lembram ‘pastel’ (técnica de desenho), o movimento natural da alegria do momento. Parece-me mais uma pintura do que uma fotografia. De uma coisa não tenho dúvida: acredito que encontraremos o Ovídio por lá, este ano, de novo, repetindo todas as proezas de sempre.

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sábado, janeiro 29, 2011

A Rabeca de seu Nelson dos Santos



Seu Nelson é ‘um’ dentre poucos que perseveram e se glorificam, aos trancos e barrancos da realidade existencial brasileira, exclusivamente dos dons, do que a vida pudera lhe ensinar. Um capinheiro da cana de açúcar: “do corte Se fosse cana crua eu voltava melado, todo cheio de pelo. E quando era queimada ainda era pior. Precisava tomar dois, três banhos para sair o carvão quando chegava em casa*”. Encontrou um acordeom em seu caminho, que furou o fole, e ele, na força que a vontade tem, - já que houvera decidido ser artista popular, cantarolando para gringos na beira da praia. - construiu uma rabeca, - inspirado num violino que vira na televisão. - e a rabeca transformou a vida desse cidadão simpático, um poeta expoente, até então analfabeto, hoje reconhecido mundialmente, com sua querida esposa Benedita, dão aos dez filhos que tiveram o exemplo de que a perseverança vale a pena ! Ah, seu Nelson, suas rabeca ainda têm muita estória pra contar, já fazem parte da história do nosso Estado, já é um símbolo da nossa Cultura Popular.

* http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTO0-4370-343146-1,00.html

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domingo, janeiro 16, 2011

O Tarrafeiro do Pontal



O tarrafeiro lava sua rede, já é fim de tarde, no final de mais um dia de pesca. O Pontal da Barra ao entardecer, à beira da Laguna, atrai o silêncio e o cântico da rotina local, num eterno e cinematográfico aspecto geográfico, antropológico, ecológico, espectral... Diante o universo urbano de todo convívio diário, eis um paraíso encantado !

Este local parece ser a última vila de pescadores com acesso direto à orla de Maceió. A outra que ainda persiste é a, já chamada ‘favela’, Vila dos Pescadores do Jaraguá, que tá com dias contados.

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sábado, janeiro 15, 2011

Mirante dos Carvoeiros



Carvoaria no ‘antigo’ Lixão de Maceió, maior parte da madeira que usam não encontram no lixão, disseram-me, mas no entorno, pela cidade. O mais incrível dessa carvoaria é sua localização. No alto da encosta, onde se pode receber a brisa do mar e dar aos olhos o descanso perante um mar azul sem fim... Essa foto data 12 de março de 2010, o lixão de Maceió já não é mais nessa área da cidade, o que ficou aqui por décadas foi desativado. Não sei se eles ainda estão por lá, esses carvoeiros privilegiados.

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domingo, janeiro 09, 2011

De viés


Coletiva sobre a Segurança Pública no Estado de Alagoas do atual, renovado, Governo. Havia uma incerteza pairando sobre a permanência de Paulo Rubim no comando da Secretaria de Defesa Social. Rubim demorou a chegar à coletiva, foi o primeiro e se pronunciar, em ‘clima de despedida’, e logo após responder as perguntas dos jornalistas, deixou a sala, mantendo a expectativa no ar. O acompanhei e pude captar o momento em que ele saía da sala, de viés, pela porta entreaberta. A percepção do fato e o uso alegórico das informações do ambiente sempre enriquecem a composição da foto. O fato de o secretário estar saindo da secretaria está representado na composição do movimento do personagem em direção à saída, saindo; a luz externa predomina, o que se deduz ser o ‘lá de fora’, na direção que o corpo avança.

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