domingo, fevereiro 28, 2010

Pelas Ruas da Cidade 003

Tomar banho na Rua

É muito triste conviver com a miséria explícita. Como pode o rico ser tão feliz, diante tamanha desigualdade, diante essa realidade descabida, perante a guarda de uma nação considerada 100% cristã; de políticos, juristas, agenciadores, etc., que enriquecem do dia pra noite com a verba pública, e mantém a educação, a saúde, a moradia, a condição de vida de uma maioria absoluta no ostracismo, no abandono... E o discurso se repete - o que me faz pensar que o problema não é o discurso, mas sim o sistema. - Dar um mínimo de dignidade a essa parte da população tão sofrida é paralelamente tomar dos avantajados um pouco de suas luxúrias. Os políticos ganham dinheiro demais para representar-nos, o que na verdade não compensa. Acreditar numa medicina natural, com educação ao estilo ‘Paulo Freire’, readaptando grande parte dessa gleba ao campo (devolvendo suas terras) e investir na agricultura familiar... Sei lá... Sei lá... Penso que essa evolução passa por um processo de involução, onde o egocentrismo doentio da elite e a miséria sem qualquer tipo de influência são os principais fatores que eclodem nessa situação de guerra civil no âmago do nosso convívio.

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DO FUNDO DO BAÚ 003

Panorâmica da Avenida da Paz

Das poucas lembranças que trago da minha infância, a Praia da Avenida está sempre presente; lembranças de toda minha vida, a Avenida da Paz está presente. Acho que aprendi a encontrar a paz me inspirando nos ares dessa paisagem magnífica.

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DO FUNDO DO BAÚ 002


Nor-destinos

Semblantes do homem nordestino, na feira-livre do município de Delmiro Gouveia, no sertão alagoano.


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Lamentável cracolândia


Dos riscos que passamos, a profissão nos agracia quando saímos ilesos. Como nesta foto acima, adentramos pelos corredores internos da Feira do Rato, antiga Feira do Passarinho, um universo dominado por um segredo explícito, estampado nas faces de todos na certeza de que ali era uma Cracolândia. Só atravessamos o corredor, fiz apenas essa foto por causa do barulho do obturador da câmara. Perceba que no braço estendido à esquerda, de um adulto de camisa azul, tem na ponta da mão um objeto que lembra uma soqueira; Vivemos uma guerra urbana. É muito séria a problemática dessa droga tão depressiva estendida pela infância e juventude de nossos berços sociais. Acho que isso são falhas do Kapitalismo. É a mesma coisa com a bebida alcoólica, pois esta é idolatrada pela sociedade, tida como maravilhosa, uma substância que irmana, comunga e alegra, mas também estimula a agressividade, a discórdia e a dor, rompendo laços de família, de amizade e de trabalho. Tudo sobre um espectro de Lei, Lei Disso, Lei Daquilo, Praquilo outro, Lei assim, Lei Assada… Tanta Lei pra nada. A Justiça é mesmo cega.

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Músico ou pescador ?


Em regiões ribeirinhas do São Francisco, existe essa seguinte tradição: Quando o filho ‘macho’ nasce, a mãe vai até o quintal de casa e faz um bolinho de barro, misturando-o com água, depois o arremessa contra a parede da casa. Se o bolinho grudar é sinal que o menino terá dons artísticos, que um dia vai cair no mundo; se o bolinho cair ele se tornará um pescador honrado, que protegerá a família navegando por esse rio…

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