domingo, setembro 19, 2010

A Lua e A Palha


Esta já é a lua que brinda a chegada do ano de 2010, são 18h32m29s do dia 31dez2009, ela vem surgindo por trás do coqueiral, ventava muito, ameaçava chover, as palhas esvoaçadas borravam nas imagens com velocidade (obturador) abaixo de 125, a lua raramente esteve completamente descoberta, já que o céu estava muito nublado. Com a câmara apoiada num tripé de viagem (26cm) sobre um banco e a objetiva (18-210mm) em seu limite de aproximação. Fiz uma porção de testes, paciente, também, como as palhas dos coqueiros, sentindo os suaves e frios empurrões dos ventos. Foi uma sessão de uns 15 minutos, sem programação, de repente o encontro, como sempre, o lugar e a presença.

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sábado, setembro 11, 2010

O ‘cara’ é o Romário. O Lula é outro cara.


Não quero ser taxado como mais um anti-Lula (Luiz Inácio), de modo algum, mas fico a refletir como tanta gente informada, velhos comunistas, anarquistas, formadores de opinião, com conhecimentos amplos, ainda vão acreditar que esse sistema mantido pelo Lula-lá é a salvação do Brasil. Escândalos como o do Lulinha (filho do presidente), que estava como um simples biólogo e de repente transformou-se num milionário das telecomunicações e latifundiário; a estória dos cartões corporativos; do mensalão; de corrupção da cueca ao pescoço. Sinceramente, não acho que Serra ou FHC fariam melhor que ele, de modo algum, muito menos Collor. Mas dizer que Lula fez uma grande reforma, ora ora, aonde ? Na educação ? No transporte público ? Construindo esses casebres de areia em áreas de risco ? Em saúde pública ? cadê ? A imprensa toda comprada, calada, engana-se a ponto de enxergar verdade plena no que diz, quer dizer, no que não diz, não pensa. Em 8 anos, qual foi o resultado da Reforma Agrária ? E o crescimento das queimadas e dos latifúndios para produzir o etanol ?  Pelo que vejo este governo preocupa-se demais com índices, incentivando graduações sem estrutura real, agindo superficialmente para elevar os números estatísticos que os veículos de comunicação divulgam. Muita mentira, e o pouco que fez é pura obrigação. Nenhum político deve se gabar de um pouco que tenha feito, e não tenha realmente concluído, diante uma miséria absoluta a que vive grande parte da população brasileira. É feio, meu presidente, ver alguém cheio de bossa, as vezes visivelmente bêbado, dizer-se ‘o cara’, sentir-se tal, tendo ao seu lado costumes, que a canalha mantém, para manutenção dessa burguesia, que a cada dia mais e mais se vulgariza. Lamento pensar assim. Gostaria muito de tê-lo como ídolo, como o mito que dizem que és. Não acho que a Dilma virá mudar, tenho a impressão que vocês são marionetes de um partido que a muito se corrompeu, nesse sistema político de libertinagem, é muito difícil não cair nas armadilhas do consumismo, não se iludir com a vida boa dos afortunados. É preciso se ter muito caráter, dignidade, honra, mas não... Como sou um tolo, um romântico, infantil, por pensar assim. Acho mesmo que o que está acontecendo politicamente com o Brasil é a falta de pessoas realmente comprometidas com as bases e com o futuro da Terra, que realmente leiam sobre os efeitos dessa evolução equivocada; a quebra dos elos, que ligam a miséria à riqueza, é extremamente visível, palpável, nojenta e descarada. Acho mesmo que esses caras todos, todos mesmos, acham que todos os brasileiros são acéfalos. Pois na verdade não há um que preste, me desculpe a Marina Silva, a quem declaro depositar o meu voto pela coerência de seus discursos, mas não vejo sentido é nesse sistema de governo, que permite todo tipo de falcatrua e não pune e, pelo contrário, estimula a corrupção; e que põe na cadeia, tratando-o como um bandido, um simples e relaxado usuário de maconha - Um dia escutei vossa excelência dizer na rádio, que os jovens começam nas drogas puxando um baseadinho - Mas que bobagem, meu presidente alcoolista, pois o caminho pras drogas está na distância entre os filhos e os pais e seus reflexivos exemplos. A bebida alcoólica é o primeiro passo dessa rede criminosa do tráfico, ela endoida, alucina, torna as pessoas violentas e vicia. Caia na real, meu presidente, vossa excelência está lidando com gente, com a gente brasileira (se é que isso lhe tem algum valor).

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quinta-feira, setembro 09, 2010

Sociedade do automóvel


Tenho uma coleção só de fotos captadas no cotidiano do trânsito, de ações agressivas e desrespeitosas quanto aos pedestres, cheguei a preparar uma porção pra fazer essa publicação, mas cheguei à conclusão de que apenas uma dessas bastava. Essa que mostra os dois estudantes, em plena Via Expressa, caminhando pelo asfalto - já que não há calçada nem acostamento ! - É significativa porque, para quem a conhece, a Avenida Menino Marcelo (como é também chamada) de ‘expressa’ só tem o nome, nada mais. Talvez seja expressa por ter sido feita as pressas para os automóveis e se esqueceram que naquela região habita bem um terço da população de Maceió. Perceba que o estudante sinaliza, querendo nos dizer que faz de conta que há uma calçada ali e a sua companheira, pelo visto, está morrendo de medo. Essa foto data 15 de julho de 2006, e até hoje quase nada mudou, mesmo com o shopping center que fora construído bem próximo daí. Mas na verdade fiz essa publicação para anunciar um filme que ainda não assisti, porém ao ler sua sinopse automaticamente me senti na obrigação de divulgá-lo sem tê-lo visto, e que com certeza o verei. Leia abaixo as informações e a sinopse. Até lá.

Cine CESC 19horas

Sociedade do automóvel (direção: Branca Nunes e Thiago Benicchio, 2005, Brasil, 39min, cor) – Classificação Livre.

(atividade relacionada ao Dia Mundial Sem Carro – 22/09)
Sinopse: 11 milhões de pessoas, quase 6 milhões de automóveis; um acidente a cada 3 minutos; uma pessoa morta a cada 6 horas; 8 vítimas fatais da poluição por dia. No lugar da praça, o shopping center; no lugar da calçada, a avenida; no lugar do parque, o estacionamento; em vez de vozes, motores e buzinas. Homens e mulheres asfixiados pela poluição, crianças enjauladas pelo medo. Vidros escuros e fechados evitam o contato humano. Tédio, raiva, angústia e solidão. Trabalhar para dirigir, dirigir para trabalhar: compre um carro, liberte-se do transporte público ruim. O que é público é de ninguém (ou daqueles que não podem pagar). Cenas de uma cidade degradada pelo planejamento urbano equivocado, pela devoção ao automóvel e pelo uso irracional do transporte particular.

Programadora Brasil, Fecomércio e Sesc/AL

Local:  
Teatro SESC Jofre Soares 
SESC Centro, quinta feira, 23 set 2010, às 19 horas.

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terça-feira, setembro 07, 2010

Ninho de Beija-Flor


Assim que comecei a caminhada na subida do Caminho dos Escravos*, bateu-me uma impressão de que ali eu encontraria um ninho de uma beija-flor, não sei por quê ? Lembrei de um que tinha encontrado na subida da Cachoeira da Fumaça em Lençóis, na Bahia, que ficava encaixadinho numa bifurcação de um galho de um pequeno arbusto. E não é que eu encontrei um. Humm... Que maravilha de ser. Lá estava ela, ou ele, não sei, misturado entre as folhagens, dentro do ninho, bem quietinho, observando cada movimento meu.

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* A Trilha dos Escravos é um atrativo que leva ao topo da cachoeira Véu da Noiva e sua respectiva nascente, denominada de Mãe D'água. Sua construção, como o próprio nome diz, foi feita por escravos para auxiliar o transporte das riquezas minerais da Serra do Espinhaço durante o ciclo do ouro e do diamante ao longo do século XVIII. O caminho é íngreme, pavimentado de pedras e cercado por vegetação de cerrado. Dele se tem uma vista do Morro da Pedreira e da região do distrito de Serra do Cipó, antigo Cardeal Mota.
( http://www.villagedaserra.com/atrativo.asp?cod=12 )

quinta-feira, setembro 02, 2010

Larica


Daqueles que perambulam pela cidade, que vivem de doações, achados e/ou furtos; horas profissionais da reciclagem, catadores; horas miseráveis surtados, perdidos no tempo, com vergonha de voltar pra casa; pessoas abandonadas; tantas nascidas abandonadas; do nada, pro nada; expostos indigentes, alguns tranquilos habitam as vizinhanças; outros de espírito cigano se deslocam por toda cidade, poucos a conhece na palma da mão. Mas quase todos têm um lugar onde ‘pernoitam’. São pessoas que se referenciam por segundos no trânsito, um pouco mais de contato ao caminhar, estão por aí, cada um a sua personalidade, horas bêbados, cambaleantes e agressivos, horas cansados, encostados, horas reunidos em pequenos grupos, existem, em Maceió tem algumas centenas. São guardiões dos becos, das praças, na encosta o casebre de papelão, casam, continuam as vidas de perâmbulos, criam filhos e envelhecem. Na foto, detalhe dos ingredientes do almoço, sobre a mureta da Praia da Avenida.

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